RTVE NOTICIAS
29/10/2025
"O MAIS LETAL DA SUA HISTÓRIA"
"Massacre nas favelas do Rio expõe feridas abertas da segurança pública no Brasil"
"Uma fileira de
corpos se acumulava na rua estreita de uma favela do Rio de Janeiro. Mães,
irmãs e vizinhos choravam seus mortos — em sua maioria, jovens negros.
Moradores relatam que passaram mais de 24 horas sem dormir, desde o início da
operação policial que transformou o território em um cenário de guerra. Nos
morros ao redor, cadáveres ficaram espalhados e foram recolhidos pelos próprios
moradores, que tiveram de utilizar suas camionetes para buscar os corpos.
“Não tenho
palavras para descrever o que vimos”, disse um residente, visivelmente abalado.
“Acredito que este tenha sido um dos maiores massacres da nossa história.” A
revolta é acompanhada de uma sensação de abandono. “Não há vontade política —
nem da direita, nem da esquerda. Só lhes interessa o poder. A vida dos pobres
não entra na conta”, desabafou outro morador.
A operação
policial, classificada pelo governo estadual como a maior ação de combate ao
Comando Vermelho — uma das organizações criminosas mais poderosas do país —
deixou a região irreconhecível. Em meio ao confronto, criminosos utilizaram
drones com explosivos, ergueram barricadas e queimaram carros. Em muitos
momentos, a cena lembrava um teatro de guerra urbana.
Vários moradores
foram atingidos pelo fogo cruzado. Ainda assim, o governador do Rio de Janeiro,
alinhado à extrema direita e aliado político do ex-presidente Jair Bolsonaro,
declarou que a ação foi um “sucesso”. Em contrapartida, o ministro da Justiça afirmou
que o governo federal não foi informado previamente da operação e anunciou que
irá investigar possíveis violações ao Estado de Direito.
A repercussão do
massacre ocorre a poucos dias da abertura da Cúpula do Clima (COP30), em Belém. Jornais
brasileiros já falam em “desastre político” para um país que busca recuperar
credibilidade internacional em direitos humanos. O presidente Luiz Inácio Lula
da Silva afirmou estar “surpreso” com a violência da operação e cobrou
esclarecimentos.
Enquanto autoridades trocam declarações, nas favelas o luto permanece. O choro das mães ecoa como memória e denúncia. E a pergunta que se repete — ano após ano, operação após operação — segue sem resposta: até quando a política de segurança pública do Brasil continuará confundindo território periférico com campo de guerra, e juventude negra com inimigo?"
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